A Sesau (Secretaria de Saúde), por meio Núcleo Estadual de Controle de Zoonoses, promoveu nesta quarta-feira, dia 06, um treinamento sobre vigilância e notificação de casos da doença de Chagas em Roraima.
Voltado para operadores municipais do E-SUS Notifica, a atividade foi realizada no auditório da CGVS (Coordenação Geral de Vigilância em Saúde) que fica no bairro São Francisco, zona Norte de Boa Vista.
“A partir do momento que conseguimos notificar os casos crônicos no sistema poderemos trabalhar mais precisamente com os dados de casos, investigação e incidência”, afirmou a gerente do Núcleo, Ingrid Albuquerque Gomes.
De acordo com ela, a doença de chagas se desenvolve em até 30% dos pacientes depois da fase crônica indeterminada, que pode perdurar por anos ou décadas. Quando não tratada da forma correta, os efeitos da doença podem evoluir para danos graves, e até mesmo à morte.
Anteriormente, apenas o tipo agudo da enfermidade era notificada, e com a nova atualização o estado poderá realizar ações pontuais e ter um melhor controle.
“A capacitação é voltada para os digitadores, que é quem vai inserir as fichas de doença de chagas crônica e os coordenadores de epidemiologia. A partir do momento que há um caso suspeito é que eles conseguem trabalhar”, explicou a gerente.
Na capacitação foram abordadas questões como o sistema E-SUS, fichas de notificação, atualização de dados e diretrizes gerais do agravo chagas crônico.
A coordenadora de epidemiologia do município de Iracema, Daia Poliana Borges, veio à Capital para participar do treinamento e considera a capacitação uma evolução para a epidemiologia do estado.
“É muito importante esse treinamento, porque caso apareça algum agravo lá em nosso município, já saberemos para onde caminhar e como resolver essa situação”, destacou.
ENTENDA A DOENÇA
A Doença de Chagas é uma infecção causada pelo protozoário Trypanosoma cruzi, que pode ser apresentada por uma fase aguda sendo sintomática ou não. Alguns dos sintomas são febre prolongada, dor de cabeça, fraqueza e inchaços.
Já a fase crônica pode se manifestar de forma assintomática, ou com problemas cardíacos ou digestivos.
A transmissão da doença ocorre quando o vetor, o barbeiro, já infectado pelo T.cruzi, infecta um animal mamífero ou um ser humano quando vai se alimentar novamente.
Embora existam várias formas de transmissão, as mais comuns são Orais e Vetoriais, deste modo, a vigilância epidemiológica deve atuar para detectar os casos e direcionar um tratamento em tempo oportuno, além de realizar as ações de controle da doença.
É importante que em caso de suspeita, o paciente se dirija para a UBS (Unidade Básica de Saúde) mais próxima para a realização de exames e notificações.