A Sesau (Secretaria de Saúde) foi uma das instituições que participaram da audiência pública “Cannabis Medicinal – Pela Garantia do Tratamento e Acesso a Medicamentos à Base de Canabidiol”, promovida nesta quinta-feira, 1º, pela ALE-RR (Assembleia Legislativa de Roraima).
Proposta pela deputada Catarina Guerra, a iniciativa tratou de discutir os preconceitos relacionados ao tema, bem como enfatizar os benefícios de medicamentos que utilizam a substância o tratamento doenças, além da necessidade de assegurar a sua distribuição pelo SUS (Sistema Único de Saúde).
“Esse assunto hoje é extremamente importante, uma vez que já há tratamentos que já são consolidados, principalmente doenças neurológicas, com o uso dessa substância”, afirmou o secretário-adjunto da Sesau, Edson Castro.
O uso do canabidiol para tratamento de patologias vem sendo fortemente discutido no país desde 2015, quando a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) autorizou a importação de produtos com a substância.
No fim do ano passado, o assunto voltou a ser debatido em âmbito nacional após o Governo de São Paulo sancionar uma lei que garante a distribuição de medicamentos à base de Cannabis na rede pública de Saúde.
De acordo com Edson, a Sesau já está com grupo de discussão para viabilizar o atendimento de pacientes do Estado, restando apenas acertar os protocolos que norteiam a questão.
“A Sesau havia se antecipado a esse assunto, já tem um grupo formado por farmacêuticos, médicos e técnicos, realizando estudos que viabilizem a aquisição de medicamentos com essa substância para uso pelo Sistema Único de Saúde. O governador Antonio Denarium está de acordo e não há nada que possa impedir o tratamento ou fornecimento desse tipo de medicação para a população”, disse.
Estudante de psicologia, Márcia Barbosa convive com as limitações causadas pela poliomielite desde os seis anos de idade. Hoje, com 54 anos, ela entende a importância da discussão não só para ela, mas também para outros pacientes que dependem do acesso a esse tipo de medicamento.
“Quando você começa a compreender como funciona o processo dessas substâncias no cérebro, isso daí já é uma derrubada de barreira surpreendente, e quanto ao SUS, essa questão de dar a oportunidade de acesso seguro e de qualidade a esse medicamento é muito importante”, declarou.