Rádio Roraima

SALA LILÁS | Policiais civis elaboram projeto de cartilha bilíngue sobre direitos das mulheres

Compartilhe:

Divulgação/Fonte

Inaugurada no início deste ano, a Sala Lilás da CF (Central de Flagrantes) da PCRR (Polícia Civil de Roraima) tem sido um ponto de apoio e acolhimento para inúmeras mulheres que chegam durante os plantões da delegacia em busca de ajuda, após passar por uma situação de violência.

 

Para melhor atender às mulheres, especialmente as imigrantes, um projeto acadêmico de Psicologia da agente carcerária da PCRR, Luana Lucena, levou à criação de uma cartilha bilíngue, mostrando os direitos dessas mulheres.

 

O trabalho foi realizado com apoio do delegado titular da Central de Flagrantes, Fernando Bruno, coordenado por Luana, que contou com a ajuda da filha, e a parceria da agente de polícia civil e acadêmica de Direito, Betty Iara Gama Gonzalez e uma tradutora do Tribunal de Justiça de Roraima.

 

Lucena ressaltou que essas mulheres, muitas vezes fragilizadas, são encaminhadas para a Sala Lilás, na Central de Flagrantes, onde são ouvidas, mediante uma oitiva, e realizam a solicitação de medida protetiva, caso necessário. “Além da parte informativa, colocamos frases motivacionais tanto na língua portuguesa quanto na espanhola”, afirmou.

 

Diante da intensa rotina de atendimentos, a policial afirma que se notou a necessidade da criação de uma cartilha em português e em espanhol para que essas mulheres entendessem melhor os seus direitos.

 

“Notamos que elas, por estarem nervosas com tudo que tinham passado, não prestavam atenção quando falávamos sobre como seria após o pedido de medida protetiva, e as mulheres imigrantes, com idioma em espanhol, como as venezuelanas, menos ainda”, explicou Luana.

 

Outra iniciativa tomada foi a repaginada da sala, com uma decoração mais delicada.

 

“O atendimento à mulher costumava ser junto com toda a muvuca da CF, a Sala Lilás mudou isso. Mas ainda era necessário ter mais conforto visual. Agora vemos que as mulheres vítimas se sentem realmente mais acolhidas, se sentem à vontade para falar sobre o que aconteceu, chorar e sorrir se preciso”, disse a agente carcerária.

 

Para o delegado Fernando Bruno, todo o trabalho só mostra o comprometimento dos policiais que vai além das funções burocráticas.

 

“É um projeto que tem uma responsabilidade social. Não é somente o trabalho que realizamos ao longo da rotina policial diária. Mas, também, é ter sensibilidade e oferecer um melhor acolhimento para aquela vítima”, avaliou.