Para melhorar as ações de combate à malária em Roraima, sobretudo em territórios indígenas, o Ministério da Saúde, com apoio da Sesau (Secretaria de Saúde), iniciou nesta terça-feira, 2, a segunda etapa do Treinamento para Testagem de G6PD (Glicose 6 Fosfato Desidrogenase) e algoritmo de tratamento da doença.
Voltada para agentes de endemias, técnicos de enfermagem, enfermeiros, médicos e outros profissionais da saúde que atuam pelo Distrito Sanitário Indígena Yanomami, a capacitação segue até a sexta-feira, 5, no auditório da Coordenadoria Geral de Vigilância em Saúde, no bairro São Francisco, em Boa Vista.
De acordo com o gerente do Núcleo de Controle da Malária em Roraima, Gerson Castro, a atividade visa aprimorar os conhecimentos dos profissionais envolvidos, possibilitando o desenvolvimento de ações medicamentosa antimalárico que proporcionem um tratamento mais rápido e eficaz aos pacientes indígenas.
“A tafenoquina é uma nova tecnologia inovadora incorporada no SUS e será utilizada como uma alternativa de tratamento dos casos de malária provocados por Plasmodium Vivax. Ela será utilizada em associação à cloroquina por três dias, tendo a vantagem de ser prescrita em dose única, como alternativa ao tratamento atual com primaquina por 7 dias.”, explicou.
A primeira capacitação, realizada no mês passado, contou com a participação de 80 profissionais, o mesmo quantitativo da atividade desta semana.
“Por determinação do Ministério da Saúde, a utilização da tafenoquina está prevista para acontecer no primeiro semestre de 2025, em função do número grande de casos de malária que tivemos no Território Yanomami”, completou o gerente, que ressaltou a ideia da ação e contemplar aproximadamente 250 profissionais.
TESTAGEM
A testagem de G6PD tem sido vital para o tratamento de pacientes acometidos pela malária, principalmente aqueles que residem em áreas vulneráveis, como territórios indígenas.
É por meio dessa substância que a hemoglobina fica protegida contra danos por estresse resultante de infecções ou do uso de certos medicamentos ou substâncias.
“A vantagem é evitar que as pessoas parem o tratamento, evitar a recaída, porque muitas pessoas a partir do terceiro ou quarto dia ficam melhores [dos sintomas] e param de tomar o antigo medicamento”, destacou o coordenador da Malária do Ministério da Saúde, Alexander Vargas.
O infectologista Oneron Pithan é um dos participantes da capacitação. Para ele, a atividade é de extrema importância, principalmente pelo fato de atuar no cuidado ao paciente indígena há quase 50 anos.
“É um treinamento muito importante justamente porque entra como uma ferramenta de auxílio para o controle da malária”, pontuou.