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RECONHECIMENTO

Escola Estadual São José ganha prêmio por projeto que resgata histórias de mulheres da comunidade escolar

A Escola Estadual São José, uma das instituições de ensino mais tradicionais de Roraima, foi reconhecida nacionalmente por seu projeto que deu voz e visibilidade às mulheres da comunidade escolar. O projeto “Mulheres que fazem história, mas não estão nos livros de história” foi premiado na 9ª edição do prêmio CEERT, que valoriza práticas de equidade racial e de gênero na educação

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Divulgação/Fonte

A Escola Estadual São José, uma das instituições de ensino mais tradicionais de Roraima, foi reconhecida nacionalmente por seu projeto que deu voz e visibilidade às mulheres da comunidade escolar. O projeto “Mulheres que fazem história, mas não estão nos livros de história” foi premiado na 9ª edição do prêmio CEERT, que valoriza práticas de equidade racial e de gênero na educação.

A premiação foi realizada no Sesc São Paulo, promovida pelo CEERT (Centro de Estudos das Relações de Trabalho e Desigualdades), uma instituição sem fins lucrativos.

Esta foi a primeira vez que Roraima teve projetos inscritos na premiação, e a Escola Estadual São José se destacou na categoria Ensino Fundamental Anos Finais (6º ao 9º ano). O projeto é coordenado pela professora Hsteffany Muniz Araújo, com apoio do Pibid (Programa de Bolsa de Iniciação Científica à Docência) da UFRR (Universidade Federal de Roraima).

O trabalho envolveu cerca de 140 estudantes do 7º ano do Ensino Fundamental, que produziram textos e desenhos retratando a vida de mais de 90 mulheres da comunidade escolar.

Resgate de histórias invisibilizadas

O objetivo do projeto é dar voz a mulheres que, apesar de desempenharem papéis fundamentais na sociedade, muitas vezes não têm suas histórias registradas ou celebradas. Entre as mulheres retratadas estão indígenas, trabalhadoras do lar, professoras, garis, advogadas e microempreendedoras, todas integrantes da comunidade escolar, seja como mães, tias, irmãs ou funcionárias.

A professora Hsteffany Muniz destacou a importância do projeto para a valorização da mulher no contexto escolar e familiar.

“O projeto teve suma importância, primeiro porque aproxima as famílias da escola, e aproxima os estudantes das suas próprias famílias e a valorização das mulheres dentro desse contexto é importante visto o número de violência cada vez maior contra as mulheres. Temos um valor histórico no meio de tudo isso” explicou Hsteffany.

Lançamento do e-book e documentário

O projeto resultou no e-book “Mulheres que fazem história e que não estão nos livros de história”, lançado em 2023, no plenário Noêmia Bastos, Assembleia Legislativa de Roraima. O livro digital está disponível para o público e pode ser baixado online. Acesse o e-book “Mulheres que fazem história e que não estão nos livros de história”.

Reconhecimento no prêmio CEERT

O prêmio CEERT, que não adota hierarquia de 1º, 2º ou 3º lugares para promover a equidade, premiou projetos que se destacaram pela contribuição à educação antirracista e pela valorização das diversidades. Ao todo, 524 pessoas se inscreveram no processo de seleção, e 16 foram premiadas, sendo duas por categoria.

“Foi uma grande conquista estar entre os finalistas porque nos inscrevemos pela primeira vez e ser premiada foi uma grata surpresa. Com isso, conseguimos elevar o nome do nosso estado com a prática de valorização das mulheres, da diversidade, que fala de uma educação antirracista” concluiu Hsteffany.

O projeto é um marco para a educação em Roraima e reforça a importância de ações pedagógicas que aproximam a escola da realidade de seus alunos e das suas famílias.

Sobre o CEERT

O CEERT (Centro de Estudos das Relações de Trabalho e Desigualdades) é uma instituição sem fins lucrativos que desenvolve ações focadas na promoção de práticas antirracistas e de equidade social, tanto na educação quanto no campo jurídico. Fundada por Cida Bento, renomada autora negra que cunhou o termo “Pacto da Branquitude”, a instituição é uma referência nacional no combate às desigualdades.